Minha carne lateja
como uma berne viva inserida
sob meu tecido vem o desejo
de esclarecer os sentimentos...
Quanto mais me bate o vento
sinto minha pele arder
Quanto mais me bate o vento
as letras me cativam
Quanto mais me bate o vento
desejo escrever
Quanto mais me bate o vento
as letras me devoram[...]
Sou devorado toda vez...
Sinto as letras o meu corpo devorarem
Elas em conjunto me tiram a calma
O meu corpo corresponde...
Cedendo às letras minha alma
Meus pés decidem uns aos outros acariciar
sempre nesse gesto generoso
de uma infinita dependência
Se amam... uns aos outros
Se necessitam para andar...
Com minhas mãos o trovão seguro
saio rasgando a terra
nela deposito todo o conteúdo
que meu espirito pode conter
Os rasgos são tão indelicados
que toda vez que os leio
sofro...
sou devorado...
que mais me enche o espírito do que me tranquiliza.
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