sábado, 26 de fevereiro de 2011

Como seria bom...



Como seria bom se a vida fosse que nem um filme.

Se nas praias as gaivotas realmente cantassem
Como seria perfeito e acolhedor o mar
Se suas ondas em meus pés quebrassem
Pois eu estaria onde deveria estar...

Como seria bom se  meus versos tivessem destino.

Se meus verbos estivessem na primeira pessoa do plural
Se na doçura de uma leitura iria eu estar sorrindo...
Não chorando como nessa solidão  de sal.

Como seria bom se eu fosse mais ignorante

Talvez tivesse mais amor
Cultivaria e sentiria felicidade
Não testemunharia a dor
E nem conheceria esta sóbria realidade.

Como seria bom se eu me entendesse

Mais os próximos eu entenderia...
Seria bom não chorar...
Boas vozes e faces eu traria
não mais uma lágrima no olhar.

Como seria bom se eu tivesse coragem

De assumir meus anseios dores e medos
De olhar para alguém mesmo sendo ignorado
De talvez tocar meus dedos...
De talvez mesmo sem falar sentar ao lado

Como seria bom se a vida fosse uma melodia

Ser lindamente escrita...
Para ecoar pelo céu
Como uma alma sagrada
Que melodias degusta encantada
Assim como degusta-se o mel


''Como seria bom...''

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Lobo


Perdi-me de minha alcatéia
sobras de carcaças pairam sob mim
como resto de uma batalha.
Aplausos invadem meus pêlos brancos
oferecidos pela sombria platéia


A floresta negra, e os uivos dos ventos amedrontam-me
A floresta negra nua e crua!
Nunca pois banhada de sol
Sempre pois banhada da Lua


camuflo-me à neve
Lobo branco que ouve guitarras quando olha pra lua
Que sente medo nas madrugadas...
Da floresta negra nua e crua!

Vagas lembranças de um grupo
que sinestesia vivia eu
Sou agora pois um lobo
resto de uma alma que morreu


As neves banhando meus pêlos
e pelas neves me ponho
camuflo nela meus medos
apenas deixo levar-me à um sonho...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amor metálico

Choramos amor...
às mais remotas perdas desde sua aparição
Rimos amor...
dos mais supérfluos ímpios do coração
Entre lágrimas e risos amor sensacional
ligações metálicas dentre outras metáforas deste amor de metal...
Em um quarto escuro ouve-se soar como guitarras seus gemidos
e minha voz sussurada como bateria e baixo aos seus ouvidos
Sem luz ao quarto ao dia
mesmo assim fazia calor
Nem sei se faziamos melodia
nem sei se fazíamos amor...
O ritmo das  batidas
As gotas nuas de suor
mas nada nessa vida oxida
e nossa metalurgia não vira pó
Perguto-te essa sinestesia é concreta
Se ela representa o bem ou o mal
Respode-me pois que mais bela
Dentre os amores é o amor de metal.

Prometo a ti metal do luar
Férrea imaculada...
Que há de ter apenas choro de guitarras
Matenha a porta fechada
Suas vistas fehadas
Hoje quero te amar...

Ouve-se por hora o rangir
de nossos metais amantes
a ignição !!
sombrios metais morrendo
o som de guitarras gritam
incessantemente rangido
Na cama ferro derretido
Sobram carnes expostas ao vento...