quarta-feira, 31 de março de 2010

Solidão


A morte.

A semelhança.
Tudo com uma mágoa começa
Quando se ranca uma flor do jardim
As lágrimas descem da face.

Mas quem é que tropeça?
pra que sofrer tanto assim?
usa-se sempre um disfarce

A dor da solidão
se sente sempre a alma partir
mas, mais dói o coração
quando se não tem a quem sorrir

A dor da solidão
É andar por entre as calçadas
só, somente,só
É , chorar entre madrugadas
só,somente,só

A perda das noites
clamando por calor
derreter-se nas lembranças quaisquer que fosse
tentando resgatar nas sombras um amor

Os céus magoados sangram
e as lágrimas o corpo consolam
Oh! dor, furiosa dor, para os que amam
Desabafo doloroso e insistente para os que choram

A solidão
Arma letal para um coração
quando o vento bate no corpo
se deseja o calor de outro.
quando se conta os passos
entre os cascários das calçadas
quando se enrola no triste cobertor
Nas sombrias e frias madrugadas

Cada segundo sozinho
nos leva ao pavor eterno
de arder nas asas do vinho
e chorar sozinho no inferno
As águas movem os moinhos
os rios desaguam no mar
e os que nasceram sozinhos?
Com quem irão ficar?








segunda-feira, 29 de março de 2010

Cemitério


As sombras calvagam com a noite
os árvoredos xingam o silêncio impiedoso
degenera-se o informal pudor
e a nudez humana se alastra caloroso
e a morte rasga o pano do tempo
As covas chamam os corpos
e as flores riram, todas elas num ato infeliz
a indecência das larvas sanguinárias
nos túmulos sombrios, negros degredados
se veem as almas solitárias
rindo, todas elas num ato infeliz.

sábado, 27 de março de 2010

Furiosa confissão



Nasce em mim um fervor
de meu sangue queimando que desce
explode em meu cerébro um rancor
meu corpo perece e apodrece.

Meus olhos vermelhos queimantes
ardem como tocha embriagada
Essa que toca minha pele vibrante
Esta que minha paciência rasga

A Ira filha da dor
em mim repousava, princesa adormecida
Aciona em mim o fulgor
de uma alma mau e suícida

Minha cabeça lateja ,inconciente,anormal
proporcinal aos meus passos
tristes passos
cobertos pelo assassino desejo do mau
E o profundo gosto de sangue
escorrendo, derretendo, pulsando
ferve a cada gota o desejo incessante
de desintegrar com os dentes um humano

terça-feira, 23 de março de 2010

poet journey

Oh! jornada,lúgubre,tenebrosa
desmamada do amor,
derretente cera de minha obra
derrepente ardente vela em calor.
Fora de contexto,subitamente doloroso
minha caçada pelo nada,deixe-me! me mate!
enterro meu pretexto,num túmulo frio e letroso
e vou junto ao terror destarte.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Anjo

Sua formusura sem fim
descreve o lema de minha vida
seguro sim, o céu com minhas mãos
Me descubro em você.
Sinto suas asas me acolherem
E seu olhar por dentro a me cativar
Te amarei quando suas asas baterem
E mais te amarei, se me amar.

A cada momento ao seu lado
me cobres com seu véu e seu lindo manto
Te dou,meu anjo muito obrigado
prometo que a ti serei eternamente santo

Minha alma clama, te chama ao vento
Princesa, lírica, de grandeza celestial
puramente decorada por dentro
Formosamente esculpida e fatal

Olhos pulsantes,cheiro no ar perdido
corpo flamejante desvia os olhos,
cativa o santo, e mais o deixa entorpecido

Pura! linda cordeira das nuvens...

Meu sacrílego grita!
Num eco profundamente exalado
O desejo de ter seu calor
O desejo de ter seu amor
Se te quero, cometo funesto pecado

Santa! humilde e perfeita divindade
Não se mede sua plena grandeza
Te abraçarei divina beldade
Mancharei seus lábios,e sua pureza.

A primeira a revirar meu coração
A primeira a me despertar o amor
Se me quiseres segure a minha mão
E Darei a você um humano calor.








sábado, 13 de março de 2010

Vinho

Chorando estou
O vinho me acompanha a jornada
A dor começou
A gota vermelha que banha a calçada.

Quero ter um amor entre vinhos e rosas
Matar a dor de uma noite sem calor
Delirar nas bebidas mais formosas
E morrer sozinho nos braços do amor.
Ver minha carne,derreter em uva
Ter minha cabeça girar na rua
Me banhar nas finas gotas da chuva
e rasgar minha pele, deixando-a nua.
Queria equecer decepções
mas lembrei apenas dos amores
lembrei que caí em corações
lembrei que já vivi em dores.

Beber vinho me acalma
este sanguíneo me conforta
refresca minha pétrea alma
este mesmo vinho me enforca

Sofro.
Não por que mereço
sofro sim por dar amor
Amo depois pereço
Amei demais e senti dor.

Não me abalo por sofrer
Ja faz tempo que estou sozinho
mas tenho quem me acolher
Não vou morrer
Se eu me aquecer em meu vinho.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Senhora



Sentas ao campo jardim
Bebes um gole de chá
conselhos dados a mim
os brancos fios de cabelo a enrolar

Do amor a experiência
De amante a pureza
És mãe por ciência
És mãe por natureza

No vigor dos setenta a se orgulhar
sempre sentas a um campo jardim
sempre bebes um gole de chá

sexta-feira, 5 de março de 2010

Verdes secos

Oh! lindos verdes que existiram
Oh! belas espécies que apreciamos
Oh! lindas paisagens que sumiram
Oh! fauna perdida que choramos

Por que destruímos o sensacional?
Por que nós queimamos nossa cor ?
Por que esmagamos o nacional?
Por que esgotamos nosso amor?

Nossa terra seca vem certa
num ritmo interminável
Uma paisagem de horror desperta
num deserto incalculável...

Questiono

Será que existe amor ?
Será que sei mesmo usufruir?
Só sei que...
A casca da terra existe dor !
E nós continuamos a destruir!

quinta-feira, 4 de março de 2010

A caneta

A caneta não é apenas uma lápide
por que lá não adormece a tinta
a caneta é o mais belo cálice
onde a caneta poesia pinta
Lá adormecem os traços
onde será construída por
por remendos de velhos cacos
para montar um carnaval de amor

quarta-feira, 3 de março de 2010

Volta de um amor

A dor da despedida
é pior que a perda por morte
é uma criança sem brinquedo
na queda de um amor
no azar na dor ou na sorte
dor pétrea
rochosamente dolorosa a perda
petreamente dolorosa é a vida.

Mas o quão é confortante
seu cheiro de alfazema exalado
O quão é apaixonante
sua presença perturbante
no meu mundo frio e calado

Era tão gostoso
Te via sempre louca
eu nascia no seu corpo
E morria na sua boca
eu via as luzes pulsarem
e minha conduta virava pó
eu comia sua carne
eu bebia seu suor
me costurava no teu beijo
que gostosa era a agonia
de sentir sua mão tremer
era min' alma que tremia

Por que você voltou?
esqueceu da última pétala?
a que restava entre nós.

Doeu aquela pedrada
senti arder a solidão
serpente doeu a picada
que deu no meu coração

chorei noite e dia...

Por que voltou?
para renovar a decepção?
por que me fez sofrer?
por que picou meu coração?

Amor é indescritível,sinestésico é...
confunde meus sentidos.
Mas, pior que a própria decepção
é seu nefasto retorno.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ser humano

Humano, não sei ...
se ser humano é humano
só sei que humano nada sabe
humano quer ser um ser
que na mão o mundo cabe.

Por isso nada vou fazer
prefiro deixar meu livre-arbítrio
despir-me da culpa
e ser um humano tolo
ao invés de um humano ser.